Minha foto
Produtora cultural, aprendiz de escritora e fotógrafa, devoradora de livros e chocolates, "fazedora" e mantenedora de amigos.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Tempestade



Momentos de tempestade, às vezes nos servem para que aprendamos a reconhecer a beleza dos raios que nos despertam.Então, acordamos em realidades bem melhores, onde os problemas nos parecem pequenos, onde as soluções se nos mostram óbvias e simples, basta fazer concessões, basta amar de verdade, basta não criar espectativas, abrir caminhos, deixar voar.
Deixar voar, para que nosso amado de asas volte sorridente e com alimento no bico, de alma solta, de coração cheio e de braços abertos.
Deixar voar e se deixar voar, para ver novas paisagens, abastecer o repertório de sensações, vislumbrar novos horizontes e traçar novos caminhos.
Amando simplesmente, sem limitações, sem travas nem posses, sem vergonha, sem dor, sem tensão nem medo, com calma, uns beijos, abraços, muito sono, um céu estrelado deitados no terraço, um dia chuvoso debaixo das cobertas...

E um dia ainda há de descobrir que sua alma velha é leve - a maioria delas o é - e que o peso que te oprime e te esmaga os ombros é o da sua ansiedade de jovem, de querer ver coisas acontecerem rapidamente, e ver vidas se delinearem perfeitamente. Sua alma velha logo compreenderá que as coisas tem seu tempo e que o que podemos fazer é abrir caminho pra elas, fazer o que podemos fazer e esperar: os resultados, as soluções, os amores, as amizades, tudo em seu tempo, nunca acelerando o tempo certo. Há de esperar e receber o merecido e, como diria Fernado Pessoa, "assim é, e assim seja."