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Produtora cultural, aprendiz de escritora e fotógrafa, devoradora de livros e chocolates, "fazedora" e mantenedora de amigos.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Aos sussurros...

Tenho pensado muito no sentido das coisas, sempre pensei, no sentido das palavras, na força que elas possuem e em como somos viciados em simplesmente dizer coisas, tenham elas importância ou não.
Me peguei sem voz um tempo atrás, e adorei poder sussurrar o que queria dizer, não precisando gritar ao mundo o que pensava naquele momento. Descobri que um sussurro pode ser bem mais poderoso que altos brados e possibilita que o ouvinte queira ouvir o que se quer dizer.
Acho que vou continuar assim, vou adorar dizer aos que amo, com os braços abertos, que os amo aos sussurros, que os amo mesmo em silêncio, e que tenho dentro de mim coisas lindas pra ofertar sem precisar as gritar para o mundo.
Daqui por diante ficarei mais em silêncio, voltarei a usar o papel e o lápis como confidentes e os ouvidos mais sensíveis que queiram ouvir o que tenho a dizer, aos sussurros.
Beijos enormes a todos os que estiverem ao alcance de minhas palavras, baixas mas voando de coração a coração.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Olhos dágua...

Olhos dágua turvos de sol
caminham tateando,
descansam de tanto olhar

Olhar pelas beiras do mundo,
pelos cantos que o olho comum não vê
Tocar os encontros felizes,
de tanto se dar, e se perder

Perder a noção do vento
que passa sem deixar tempo
que voa pra qualquer espaço
e some sem deixar rastro

Olhos dágua vêem melhor
por entre a cortina de sonhos e névoas
enxergam o profundo, de luzes e trevas
e encontram tudo, sem olhar ao redor

quarta-feira, 13 de abril de 2011

De mim...

Tudo o que sai de mim é o que me preenche,
cada espaço, cada suspiro ou pensamento,
cada desejo ou mau humor,
tudo em mim transborda.

Transborda e se dá,
aos que passam, aos que ficam,
aos que param, olham, escutam
e seguem apitando pelos trilhos da vida.

O que sai de mim é o que há dentro...
denso, infinito, tenso, complicado...

o que sai de mim é fluido,
como é também meu caminho,
apenas seguindo,
apenas passando,

deixando traços pela paisagem,
afetando o caminho caminhado.

Tudo o que existe em mim,
arraigado, escondido, desejado
sobra de mim
explodindo, transbordando, ofertado...

segunda-feira, 21 de março de 2011

à mim...

Encontrando a luz, agradeço pelo dia, agradeço por pensar e pensar tanto que entorpeço. Agradeço por viver cada momento, cada gozo, cada choro, por criar todo o meu futuro, meu caminho e meu ninho.
Agradeço a mim mesma, a cada célula do meu ser, a cada átomo de oxigênio que me preenche, me invade e me abastece.

Ao infinito meus pensamentos, à grande luz minhas retinas, à escuridão meu sono e à todos meu amor.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Zeus versus Hades

Fim do dia, dos raios alaranjados que tornam mais bela a paisagem. O pensamento acurado e desperto pela escuridão do meu quarto de luzes ainda apagadas. Idéias pululando e disputando espaço no cérebro, que acende após um dia de lentidão.
Na noite recente e criativa, as luzes nas janelas formam desenhos abstratos.
As estrelas, invejosas de suas concorrentes terrestres, esforçam-se para brilhar acima da cidade e de suas luzes andantes. Seus faróis, estrelas cruzantes, disputando corrida com suas irmãs cadentes.
Disputa de luzes entre céu e terra. Disputa de reinos considerados distantes.
Zeus versus Hades.
Escuridão plena? Já não há. Apenas o sonho de que reapareça a nos causar o desconforto da incerteza, os olhos abertos a não reconhecer o inicio e o fim das sombras. Recriando nossos próprios monstros do armário, nossas próprias imagens internas e nos embalando até encontrarmos o aconchego de um sono profundo e tranquilo, onde possamos sonhar com estrelas, correr atrás delas e pensar em acordar.