Minha foto
Produtora cultural, aprendiz de escritora e fotógrafa, devoradora de livros e chocolates, "fazedora" e mantenedora de amigos.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Meu sonho?



Meu sonho é grande como eu,
é grande como meu fundo, onde eu me encontro e não acabo mais
onde abraço aos amigos bem apertado, abraço daquele bem dado, que deixa um pedaço pra trás
onde beijo as bochechas mais formosas, das pessoas mais gostosas a quem eu tenha vindo a amar
e sorteio todas as minhas risadas pra quem quer que passar pela estrada e venha a querer aceitar

Meu sonho é grande como o mundo,
vai comigo aos lugares mais profundos,  para com meus olhos tocar
ouve as palavras mais belas, ditas pelas senhoras mais sérias, em suas portas a bordar
soa como um velho oleiro, que ao delinear suas curvas matreiro, assovia boas canções
e como ao entoar sua rabeca, o músico, na hora certa, põe a bailar belos casais.

Meu sonho é grande como todos
quer o infinito do que pode, e apenas o que puder alcançar
ele quer encontrar seus caminhos perdidos, relembrar seus amores vividos, e sorrir ao olhar para trás
ele quer viver daqui pra frente, caminhar como quem segue adiante, e ver beleza no que encontrar
quer ter forças para seguir seu caminho, e se tiver que caminhar sozinho, saber que jamais estará.

Teia de aranha

Perdendo sonhos pelos caminhos,
esbarra em outros tantos sem querer,
as vezes saltitanto em meio a vida,
querendo mais e pondo tudo a perder.

Por vezes presa em teia de aranha,
portas intransponíveis
barreiras invísiveis
que impedem seu caminhar

Por outras, solta em espaços imensos
luzes, vozes, movimentos lancinantes
relâmpagos passantes
que a impelem o retornar

Louco pensamento atordoante,
louca maquina pulsante

olhos não mais enxergam verdades,
procuram escapes
mentes não mais traçam caminhos,
pegam atalhos

E eis que surge a teia,
bela, quente, protetora
pronta para envolver em seus braços seguros
e embalar seu sono exausto do fugir do mundo

E chega com ela o descansar,
diminui o pulsar e o corpo dilui,
a mente entorpece e aos poucos adormece,
sonhando com os sonhos reais.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Sonolenta

A turbidez de meus olhos me permite enxergar formas, texturas e profundidades inexistentes no plano real, onde os que vêem reto, vêem torto, onde os que vêem certo, vêem roto.

Olho ao redor, danço com o andar das linhas, vejo a timidez da palavra pequena achando-se menos necessária, à querer esconder-se atrás de outra que lhe pareça mais garbosa.

Corro atrás das aceleradas, que na pressa de tomarem seus lugares não esperam que eu as posicione corretamente.

Ouço seus sussurros ao perceberem como me confundo com meu olhar turvo, com a mente sonolenta, mas não desisto, as caço, as coço, faço cosquinhas para divertirem-se, construo firulas pras que sintam-se mimadas, esvoaçantes, sorridentes.

Tomo as palavras em meus braços e as nino para que, no embalo, para que ao meu canto, adormeçam e deixem-se domar, e venham tomar seus lugares escolhidos por mim, para que eu as exiba aos que quiserem observar.

E domadas umas pelas outras, construindo sonhos, caminhos e páginas, adormecemos juntas, eu e minhas palavras...