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Produtora cultural, aprendiz de escritora e fotógrafa, devoradora de livros e chocolates, "fazedora" e mantenedora de amigos.

sábado, 16 de novembro de 2013

Inteiros com mais metade...

Sabe do que eu gosto? De encontros.
De encontros de olhares, daqueles de frio na barriga, de tímido ruborizar, olhares de cumplicidade, de amor guardado, de lirismo mal curado, de brilho admirado. Gosto de encontros saudosos, daqueles deliciosos, ofertas do acaso. Gosto de encontros de almas, que se reconhecem e querem ficar.
Gosto de encontros porque neles chegamos inteiros e saímos melhores, inteiros com mais metade.
Porque neles nos reconhecemos e nos descobrimos verdadeiramente, agindo, reagindo e nos encontrando com nossas luzes e com nossas sombras.
Me reconheço melhor quando me exponho e no meu silêncio posso até me ouvir, me conhecer melhor, mas somente no encontro com o outro, com o olhar do outro sobre mim, é que me vejo inteira e me descubro real.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Pele...

O despertar da pele acontece quando o coração já acordou, e a alma grita por liberdade...



domingo, 4 de agosto de 2013

Enxurrada de luz















Um brinde do universo geralmente vem em enxurradas
enxurrada de universos paralelos,
de orações iluminadas salpicadas de infinito
em sua direção chove luz
e para todas as outras o reflexo dela
contaminando almas desavisadas
desertando dúvidas prisioneiras de suas "verdades"
livres, como devem ser as existências
soltas, como podem ser todas as mentes
saem de suas casernas escuras e encontram o céu
iluminado de estrelas, infinito em suas possibilidades
assoberbado de sonhos, acolhidos por sua infinitude
dando vivas ao universo, encharcado de novas realidades
aquietam-se, as mentes, outrora pairando perdidas
e caem no sono, a espera de novas partidas
com gargalhadas soltas, seguindo pela correnteza,
gostosos reflexos de toda a plenitude acesa...

domingo, 16 de junho de 2013

Menina da Lua!!

Sou mesmo da noite,
tenho como companheira a lua
que me ilumina a pele alva sem agredi-la
sou adepta do seu falso silêncio
cheio dos barulhos ocultos pelo caos diurno
sou filha da noite e converso com ela
com sua imensidão de ruas desertas
em um debruçar de janelas
cobertas de brumas caídas do nada
 
 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Gosto



 
 
 
 
 
Gosto de beijos estalados
de dedos entrelaçados
e amor bem passado
gosto de sabores azedos
de não dormir muito cedo
e superar alguns medos

Gosto de inúmeras coisas
de tantas outras nem tanto
adoro ter ataques de riso
e dar abraços bem longos

Olho para o céu por horas,
à espera de estrelas cadentes
enfio meus pés na areia quente
para encontrar, no fundo, o frescor
faço cócegas nos meus próprios braços
para coçá-los com alívio
tiro fotos dos meus próprios olhos
para, de longe, enxergá-los melhor

Conversar é um grande prazer,
o silêncio, uma necessidade
o dia, necessário à vida
a noite, à criatividade.

domingo, 26 de maio de 2013

Mergulho















Mergulho profundo nos mistérios do universo
onde são encontradas todas as perguntas
ar, não nos falta
apenas o respirar, que urge
e o mergulho se torna vôo
e o vôo, planar
de uma paz infinita
onde as respostas não mais interessam
e as perguntas são companheiras voadoras
voam ressoando suas dúvidas
a quem as quiser duvidar
e delas semeiam o espaço
campos floridos de atos
que colhidos realizam
cada passo
cada caminho
cada respirar
que urge...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Vão...

Eis que no vão do tempo
me sobra espaço
onde cabem infinitos

o nada
o infinito nada
donde podem surgir todas as coisas
e onde podem findar todas elas

tudo pode
tudo pode dar em nada
nada, pode dar em tudo

e no vão
no infinito do tempo
de nada em nada
podendo tudo

Pode-se o tempo
perde-se o nada
ganha-se o tudo
pega-se a estrada!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Perdas...


Perder faz parte da vida e pode ser uma grande lição para quem pretende ganhar algum dia.
Perdemos pessoas que amamos, para o tempo que é implacável. Perdemos coisas a todo momento (guarda-chuvas, meias, canetas) e não sabemos onde vão parar. Perdemos tempo com problemas insolúveis, ou encontrando problemas onde não há. Perdemos dinheiro, pela casa, pela vida, gastando demais, gastando errado, por acaso, por querer, absurdamente levado pelo caos inevitável.
Perdemos coisas, pessoas, dinheiro, tempo e ganhamos muito com tudo isso, com cada momento de aprendizado que essas perdas nos trazem, com a serenidade que devemos encontrar, para descobrirmos que o que perdemos de importante estará sempre conosco, guardado em nossa caixinha de jóias da vida, em nossos álbuns de fotos, na memória e no coração.
O que não importa perder é o que podemos reconstruir, o que nos foi levado pelo ladrão, pelo tempo, pela enxurrada. Nenhuma dessas perdas importa se nos mantivemos de pé, conectados com nossa força, com a luz que nos torna mais fortes e nos guia e protege a todo momento.
Perder estabelece recomeços, incentiva reformulações, "repensamentos", reações, possibilita a mudança, estabelece prioridades.
Perder é vida, é necessário para que sejamos sãos, inteiros, verdadeiros.
Por isso eu perco e me deixo perder, para seguir em frente, para ganhar meus recomeços, minhas reconstruções, minhas restaurações.
Perco porque nesse caminho me acho, perco porque ganho nesse perder novos caminhos, novos amores, novos encantos, novas paisagens.
Perdendo ganho tudo, ganho todos os grandes amigos que já tenho com mais força, abraço cada momento e cada abraço com toda a minha alma, e sigo meus caminhos sabendo que me perderei por vários deles, e que em cada desvio ganharei muitos novos caminhos.