Passei tanto tempo sem escrever
Sem dizer o que digoPensando no que sou
No que sigo
Em pra onde vou
E em quem vem comigo
Passei tanto tempo em silêncio
Imóvel como gato adormecido
Olhando para as horas passando
O tempo parado e falando comigo.
Passei, passou, passamos
As vezes parece inútil
Um vazio contínuo
As vezes me toma a enxurrada
Vida chega parecendo mansa, lenta
E atropela o dia, as horas, o domingo.
No fim, o remanso me espera
O barco não construído
Recebido, ofertado pelas águas
Que me veio salvou de mim,
Da angústia, do sonho perdido
Me levou sem que notasse
Até o fim da jornada
Até a praia distante
O dia fresco,
A fogueira queimando
Uma lua brilhante
Um aconchego pulsante
O colo perdido
Achado enfim
Apenas mais uma parada
De um recomeço sem fim
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