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Produtora cultural, aprendiz de escritora e fotógrafa, devoradora de livros e chocolates, "fazedora" e mantenedora de amigos.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Estrelas a meus pés...

Uma escuridão que me abraça e me faz sentir mais forte.
No rosto, vento e lágrimas. Ou será a chuva que me acaricia e maltrata?
Não vejo nada, como se o mundo já não existisse. Apenas meus pés me fazem crer que ainda estou aqui. A areia a tocá-los, a água que vem e os molha, a vida que se meche embaixo deles, e faz cócegas.
Asas me rodeiam. Abro os braços e posso voar. Estou deserta, só e feliz!
Fecho meus olhos, já cansados de não ver. Me ponho a ouvir o silêncio turbulento de sons desconhecidos. Chove fora, molha dentro, lavo minhas feridas, alivia!
Sorrio em vão pois não há com quem compartilhar tamanha paz. Ouço um riso alto, uma gargalhada gostosa, o som da liberdade de alguém, e me ponho a procurar, mas não importa para onde olhe, para onde caminhe, nada vejo, só há escuridão.
Atenta, querendo ser encontrada pela risada, espero. Ouço novamente e o som vem de perto, muito perto, vem de dentro. Sou eu!
Sou eu que rio e gargalho e em paz sorrio serena. Que, em meio ao negro da noite sem lua, enxergo tão claramente minha alma, e vejo luz. As nuvens caminham e as estrelas me deixam perceber algumas sombras, reconheço curvas ao longe, montanhas, horizontes. Perto apenas dunas, aos meus pés movimento. Estrelas saem da água para a segurança das areias escuras. Quase piso, quase quebro! Desvio e me pego fascinada a observar a beleza dos segredos da noite.
Conchas andantes, seres descuidados, estrelas da noite deitadas no chão.
Vejo um mundo fora de mim, pequeno, frágil e poderoso.
Estrelas a meus pés, vida em minhas mãos !




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