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Produtora cultural, aprendiz de escritora e fotógrafa, devoradora de livros e chocolates, "fazedora" e mantenedora de amigos.

domingo, 30 de dezembro de 2018

Tudo perfeito.

E aí,  você para pra pensar, lembrar de si mesma há tempos atrás,  do que achou que seria, dos caminhos que seguiria,  das previsões de onde e como estaria e percebe que foi tudo diferente, nada como desejado e planejado e, de qualquer forma, tudo perfeito.
E porque perfeito?  Se muitas coisas deram errado, pessoas te decepcionaram, o dinheiro diminuiu, aquele cara que fez seu olho brilhar não tinha os olhos brilhando como os seus,  e o lugar, o grupo que você tanto acreditou pertencer , nunca pertenceram a você?
Porque para cada adversidade você encontrou novas forças,  de cada medo você extraiu novas coragens, e a escassez te mostrou que nunca precisou de tanto. O amor que você sentiu, sente, mesmo que não correspondido,  te preencheu, te tornou mais cheia do seu próprio, te fez aprender que sentir, que amar, independe de reciprocidade, transformou seu mundo num lugar um pouco mais colorido, mais rico. A tristeza que você viveu, a dor que sentiu, o silêncio que em algum momento te oprimiu,  fizeram de você um ser mais interessante,  mais complexo,  mais pleno, porque agora, mais do que capaz de saber o que quer, saberá bem o que não querer mais. 
O lugar, as pessoas que nunca te pertenceram,  continuam existindo na sua vida,  sem posses,  sem obrigações,  estarão lá se quiserem estar,  e permanecerão se você permitir.  E quem não ficar, quem por um motivo ou outro tenha que partir, se transformará em  belas saudades, tristes lembranças ou delicada poesia.
Tudo foi perfeito porque fez de você quem é,  a pessoa que te habita,  os olhos que ainda serão capazes de brilhar outras vezes, e que te cumprimentam todas as manhãs,  no seu espelho. 
E de todas as grandes lições que a vida pode te dar, a de conseguir olhar nos próprios olhos e reconhecer lá no fundo um lugar seguro, onde você de fato gosta de morar, mesmo com todos os cantinhos escuros, com todos os medos que moram contigo, pode ser o maior dos alívios.
No final, você acaba percebendo que se souber transformar-se em aconchego, lar e companhia para si mesma, em qualquer lugar do mundo onde estiver,  você sempre estará em casa.

Boa noite!  Durma com os anjos.

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